A comercialização de plantas ornamentais no país continua concentrada em espécies classificadas como exóticas.
Identificar espécies amazônicas com potencial ornamental que possam ser cultivadas pelas populações locais, especialmente mulheres, é o objetivo de um projeto apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Programa Mulheres das Águas.
O estudo “Nem tudo são flores: potencial ornamental de folhas e frutos de aráceas amazônicas” é coordenado por Denise Garcia de Santana, doutora em Estatística e Experimentação Agronômica, com experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal.
A pesquisa foi realizada no Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM). Os estudos foram feitos em Tefé (distante a 523 quilômetros da capital), Alvarães (a 531 quilômetros) e Uarini (a 565 quilômetros).
Conforme a pesquisa, a comercialização de plantas ornamentais no país continua concentrada em espécies classificadas como exóticas. A ideia do projeto é selecionar entre três e cinco espécies da família Araceae, como epífitas, hemiepífitas e terrestres, que tenham características favoráveis. O conhecimento técnico adequado para manejo, cultivo e investimento em recursos para pesquisa, produção e comercialização podem auxiliar na inserção destas no mercado.
O foco do projeto é a sustentabilidade do sistema de produção de espécies ornamentais. A pesquisadora explica que a produção de substratos, materiais que contribuem para o crescimento das plantas, feitos à base de resíduo do processamento de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.B.K) pode garantir um melhor desenvolvimento das espécies estudadas.
A escolha deve-se ao impacto que esses resíduos têm na cadeia produtiva na região Norte do país. A casca da amêndoa (tegumento) e do ouriço (fruto) contêm nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas. Segundo o estudo, as espécies de Araceae da flora amazônica apresentaram desenvolvimento pleno, da germinação até a floração.
Fonte – Agência Amazonas
Foto – Divulgação/Acervo da pesquisadora Denise Garcia
Deixe um comentário